
As estratégias de proximidade facilitam o
envolvimento e a compreensão de aspetos
que cada vez menos se conseguem constatar
na clínica: problemas logísticos e sociais
relacionados com a infeção são disso exemplo
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res políticos, mas alguns dos impactos
são possíveis de minimizar através de sinergias
entre organizações da sociedade
civil. Essas estratégias de proximidade
facilitam o envolvimento e a compreensão
de aspetos que cada vez menos se
conseguem constatar na clínica: problemas
logísticos e sociais relacionados com
a infeção são disso exemplo.
É no seio da APECS e das reuniões que
têm sido concretizadas que as diretrizes
estratégicas de resposta global ao VIH
são também aprofundadas, designadamente
aspetos relacionados com a prevenção,
a facilitação do acesso universal
à terapia antirretroviral, a PrEP e com o
combate à discriminação. Naturalmente
a FPCCSida marca presença e acompanha
estes trabalhos desde a génese da
APECS. Congratulamo-nos pela criação
de grupos de trabalho, constituídos por
pessoas de vários quadrantes nacionais,
que enriquecem o debate e promovem
estratégias de atuação, inovação e mudança,
fruto do seu know-how e experiência
de trabalho com pessoas que
vivem com VIH. Destacamos nos mais
recentes grupos – Adesão aos Cuidados
de Saúde para as pessoas que vivem
com VIH; Qualidade dos Cuidados
de Saúde na Infeção por VIH e Modelo
de Apoio Alargado às pessoas que vivem
com VIH – um conjunto de recomendações
e elações a ter em conta, as quais
são subscritas pela FPCCSida:
– O cuidado deve ser focado e organizado
em torno da saúde necessidades e
expectativas de pessoas e comunidades
envolvendo vários domínios;
– Há a necessidade de intervenções diferenciadas,
integradas e centradas no
utente e tendo em especial atenção as
populações vulneráveis;
– Devemos fomentar a Educação e Capacitação
com vista à Participação ativa
dos utentes;
– Deve ser Maximizado o princípio: testar
tratar-fidelizar/reter;
– Deverá haver maior preocupação na
prestação de cuidados mais complexos:
comorbilidades e neoplasias;
– Dever-se-á estar atento à necessidade
de prestação de cuidados específicos na
infeção por VIH;
– Dever-se-á canalizar e melhorar os
apoios sociais e os serviços de retaguarda
e de proximidade.
Numa altura particularmente desafiante
vivenciada por uma nova pandemia,
olhar para a infeção por VIH é predicado
de maior preocupação pela situação
de enorme vulnerabilidade para as pessoas
que vivem com VIH, nomeadamente,
aquelas que se encontram em tratamento,
para aquelas que desconhecem o seu
estado sorológico (e que importa diagnosticar)
e, muito importante, também
todos os profissionais de saúde que em
circunstâncias heróicas estão em contacto
direto no terreno com realidades duras
e às quais terá de se dar resposta. Sob
a máxima de “não deixar ninguém para
trás”, repensar as atuais limitações vivenciadas
em termos de acesso a cuidados e
a diagnósticos leva-nos a desafios e inovações
que, só as sinergias e vontades de
ultrapassar dificuldades importam e onde
a articulação entre a clínica e a sociedade
civil é fator determinante. Mais uma vez,
Parabéns à APECS e contem com a Fundação
Portuguesa “A Comunidade Contra
a SIDA” como parceiro social para a concretização
da vossa ilustre missão.