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Quer especificar?...
Uma parte muito importante do que está por fazer é a plena
implementação e a concretização das PrEP Profilaxia
pré-exposição. Uma arma preventiva poderosíssima, que de facto
permite prevenir infeção, doença, alterações de qualidade de vida
(e, até, perda de vida). No entanto, tanto por via profissional como
através do sistema nacional de saúde, estamos, a pouco e pouco,
a tentar definir o caminho que, sem derivas, nem desfoque, nos
permite chegar às franjas de população mais necessitadas: os
mais vulneráveis, os emigrantes, designadamente. Esse passo
é muito importante. Tão importante quanto ir ao encontro dos
jovens. E, aqui, precisamos de uma abordagem especial a este
universo. Temos de ir lá, chegar lá. E não o contrário, reduzidos,
limitados a um consulta muito bem organizada, de porta aberta...
Isso não funciona, não resulta. É preciso muito mais para lhes
fazer chegar a mensagem. Para que se sintam confiantes e
capazes de virem ter connosco quando necessitam. E estes são,
apenas, exemplos do muito que ainda está por conseguir.
O diálogo e a articulação de competências, envolvendo
diferentes parceiros científicos e institucionais, constituem,
nesta sua nova missão, imperativo de pensamento e de ação?
Queremos ouvir todos. E se olharmos as atribuições que
definimos e redefinimos para este novo mandato do programa,
há muitos assuntos em que é mandatório que ouçamos as
pessoas, as partes interessadas, todas elas. Ouvir os doentes,
os familiares, as pessoas que vivem com a infeção VIH – muitas
delas já não são doentes, apenas pessoas portadoras de uma
infeção e que necessitam de tomar um medicamento para
estarem bem. E assim acontece na maior parte dos casos, o
que é muito bom. Sendo certo que muita coisa está ainda por
resolver, muitos obstáculos por ultrapassar, como o estigma e
a discriminação. Sabemos que para ir buscar os tais benefícios
de que falei, é preciso acabarmos com esse preconceito
– ainda tabu para tanta gente. E perceber quem são os grandes
responsáveis por ainda não termos conseguido encontrar o
caminho que nos permita resgatar, com agilidade, todos os que
precisam de nós. Neste novo programa, temos precisamente
definida uma agenda de investigação para esta área. E para lá
chegarmos, precisamos da Educação, da Ciência, da Saúde.
Da sociedade civil. De todos. É muito importante.
Prevenir, rastrear, diagnosticar, tratar, combater a
discriminação. Para que ninguém fique para trás, como
evitar que baixemos a guarda ou desviemos atenções?
É fundamental não deixar ninguém para trás. Uma preocupação
sistemática. E que aumenta os seus níveis num momento
como este que enfrentamos no quadro da pandemia. Depois