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O balanço é extremamente positivo em relação ao trabalho da
APECS nessa vertente. A adesão vem evoluindo, como toda
a gente fala, tem a ver com a continuidade; há a entrada para
os cuidados, e depois a saída, o desfecho, que muitas vezes
é a morte… Simplificando, estamos perante uma espécie de
“ioiô”, em que as pessoas vão entrando e saindo. Sabemos
que a vinculação aos cuidados é fundamental para que haja
adesão a todo o plano – e o que isso envolve. Agora, com a
meta percentual definida pelas Nações Unidas dos 95-95-95,
estamos a evoluir favoravelmente. E nessa perspetiva, o papel
da Enfermagem é essencial, tendo por base um registo contínuo
de suporte, de ponto de apoio de cuidados e num desempenho
agregador e em equipa. Porque ninguém pode trabalhar
sozinho e, nessa ilha, conseguir que esta adesão – como todos
desejamos e nos empenhamos – seja extraordinária.
Há uma lógica de humanização cada vez mais a envolver
a Enfermagem na sua aproximação às pessoas...
A base da Enfermagem e a nossa formação é um trabalho
holístico. Olhamos para a pessoa em todo o seu ser, em todas
as suas dimensões, do ponto de vista emocional, psicológico,
social, familiar, profissional. A Enfermagem tem esta
capacidade de humanizar, porque vê com olhos de ver a pessoa
que tem de cuidar. Sabemos bem que cada pessoa é única.
E a partir daí, trabalhamos uma relação empática, relevante e
indispensável. Assim se explica, também, o peso extraordinário
que a Enfermagem foi conquistando no contexto da APECS.
E os novos enfermeiros, alguns cruzar-se-ão naturalmente
com a realidade do VIH/SIDA, nas suas carreiras e também
na APECS. Tem algo para lhes dizer, olhando para a sua
própria experiência?
Nunca devemos perder a humildade. Só assim seremos
melhores, faremos melhor, conseguiremos melhores resultados
como enfermeiros e profissionais de saúde. Acima de tudo,
trabalhamos com pessoas e isso faz toda a diferença
– exige o melhor de nós. Acredito que o futuro nos reserva
competências profissionais específicas para a infeção por VIH.
Trabalhamos para isso.
Precisamos de ferramentas
práticas e eficazes para
conseguirmos uniformizar,
a nível nacional, o modo como
são prestados os cuidados.
Mas, o balanço é extremamente
positivo em relação ao trabalho
da APECS nessa vertente