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Há populações que continuam
a infetar-se por falta de cuidado;
temos de trabalhar – e muito
– essa parte; existem inúmeras
pessoas diagnosticadas, que
foram seguidas, mas num
indeterminado momento
e por variadas razões, deixam
de o ser. Temos de as resgatar…
Um sonho, uma ideia, um projeto que depois ganhou corpo
e alma, cresceu e… já tem trinta anos. O que sinaliza com
significado especial, de então para cá?
Lembro-me das primeiras reuniões da APECS, era eu ainda
uma jovem interna de infecciologia, estávamos, se bem
me recordo, em 1991. Trago na memória, também, que na
altura era muito complicado tratar estes doentes, a quem
hoje, de resto, faz agora todo o sentido referirmo-nos como
pessoas que vivem com o VIH/SIDA. Tínhamos, então, poucos
medicamentos, cuja eficácia era diminuta, fármacos a que
o vírus facilmente resistia. Razão bastante para considerar
esses encontros muito importantes, reuniões pequenas,
em registo informal, em que nós colocávamos as questões,
apresentávamos os problemas com que nos debatíamos
todos os dias. A mesa de trabalho era ponto de encontro
e convergência, tanto de jovens internos, como de clínicos
credenciados. E esse ambiente, em que a formalidade fica
à porta, tinha tudo para dar certo. E dava. Porque, naquele